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Brasil necessita de reindustrialização com base na indústria 4.0

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Inovações tecnológicas nos campos de automação são indispensáveis para desenvolvimento

O Brasil precisa, com urgência, implementar um projeto de reindustrialização baseado na indústria 4.0, que é a definição da integração na indústria de transformação de tecnologias de Big Data, inteligência artificial e Internet das Coisas, entre outras. Essa união tem o objetivo de ampliar o nível de automação e viabilizar novas formas de organização dos sistemas de produção.

O 1º Congresso Brasileiro de Indústria 4.0, realizado pela Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), em parceria com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai – SP) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) ocorreu em dezembro, em São Paulo, e reuniu representantes de empresas e agências de fomento à pesquisa, desenvolvimento e inovação e teve como objetivo de discutir e avaliar as vantagens competitivas que podem ser construídas pelo Brasil no contexto da indústria 4.0.

Segundo dados apresentados por José Ricardo Roriz Coelho, vice-presidente da Fiesp e diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia da instituição, o Brasil encara um intenso processo de desindustrialização, como se define a redução da capacidade industrial de um país.

É possível notar isso diante dos dados, onde a participação da indústria brasileira na indústria mundial caiu praticamente pela metade nos últimos 20 anos. A participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2017 foi de 11,1% e esse patamar foi atingido em 1953, comparou Roriz. Ele também citou que os números caíram de 3,47% em 1995 para 1,84% em 2016 e que “a participação da indústria no PIB brasileiro regrediu 65 anos. E, por conta disso, a produtividade brasileira estagnou”.

Roriz Coelho também afirmou que a industrialização foi o motor do aumento da produtividade nacional durante um longo período, e isso permitiu que o país reduzisse o hiato com relação aos Estados Unidos nesse quesito. Em 1980 a participação da indústria no PIB brasileiro atingiu o patamar de 20,2% e a produtividade do país em comparação com os EUA chegou a 40,3% – porém, em 2015 caiu para 24,9%, o mesmo índice de 1950. “Com a queda da participação da indústria no PIB brasileiro, a produtividade do país em comparação com a dos Estados Unidos também regrediu quase 65 anos. Isso representa um grande motivo de preocupação”, afirmou.

Para competir com a Europa, que planeja investir cerca de € 1,8 trilhão nos próximos anos para modernizar sua indústria, o Brasil possui alguns pontos fortes que podem contribuir para responder aos desafios que são trazidos pela nova realidade da indústria 4.0 – entre eles, o de contar com um parque produtivo diversificado, com unidades fabris de empresas que são líderes das principais economias desenvolvidas.

Apesar disso, o país terá que superar alguns obstáculos, como melhorar a infraestrutura tecnológica, criar linhas de financiamento apropriadas e desenvolver competências e capacitações em tecnologias cruciais para implementar a indústria 4.0, como a robótica avançada, manufatura aditiva, que se refere a construção de objetos através da impressão 3D, além de realidade aumentada e materiais funcionais foram apontados pelos participantes do evento.

O Programa FAPESP – Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) apoia um expressivo número de pequenas empresas, nascentes de base tecnológica que possuem projetos em áreas relacionadas a manufatura avançada. Por isso, é importante lembrar do destaque feito pelo diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, Carlos Américo Pacheco, que algumas dessas tecnologias têm sido testadas por pequenas empresas nascentes de base tecnologia (startups), além de universidades e instituições de pesquisa em São Paulo.

Ele avaliou que “há uma base mínima de competências instalada em universidades e em empresas relacionadas à manufatura avançada e Internet das Coisas, por exemplo. A gente não parte do zero nessa corrida”, pois afirma que entre as mais de 200 empresas apoiadas, 45 delas desenvolvem projetos com foco na manufatura avançada.

A FAPESP e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançaram um edital que apoia pequenas empresas na realização de pesquisas para o desenvolvimento da inovação em manufatura avançada, a indústria 4.0 – o prazo de inscrições foi encerrado em dezembro do ano passado. Além desse, a Instituição também lançou a Chamada de Propostas, que será encerrada em 1º de fevereiro e seleciona empresas ou consórcios de empresas que tenham interesse em parceria com a Fundação na criação de um Centro de Pesquisa em Engenharia em Manufatura Avançada.

Fonte: https://plasticovirtual.com.br/brasil-necessita-de-reindustrializacao-com-base-na-industria-4-0/

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